27.12.13

desde d356 até ao fim

Não esperava passar os últimos dias deste desafio sem a mínima motivação mas é a realidade e não há nada a fazer.
No último mês do ano mergulhei num lago opaco e espesso. Não estava nada à espera disto depois dos últimos seis meses terem sido sempre em festa, mas aconteceu e não há nada a fazer.
Neste ano aconteceram coisas fantásticas, parece que estive no País das Maravilhas. A partir daqui já acredito em seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.

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fan·tás·ti·co 
adjectivo
1. Quimérico, fingido, que não tem realidade e só existe na imaginação.
2. Que pertence à fantasia; fantasioso, imaginativo.
3. Aparente, simulado, fictício.
4. Caprichoso, exótico, extravagante.
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ma·ra·vi·lha 
substantivo feminino
1. Coisa ou pessoa que excede toda a ponderação.
2. Assombro, pasmo.
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im·pos·sí·vel 
adjectivo de dois géneros
1. Não possível.
2. Irrealizável.
3. Incrível.
4. Intolerável.
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— Não adianta tentar — afirmou ela. — Não se  pode acreditar em coisas impossíveis. (Alice)
— Eu diria que não tens treinado muito — retorquiu a Rainha. — Quando eu era mais nova, treinava sempre meia hora por dia. Ora, às vezes chegava a acreditar em seis coisas 
impossíveis antes do pequeno ‑almoço.
{Alice no País das Maravilhas}
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A minha sobrinha Maria dizia no Natal que eu era a melhor rainha do mundo e a Francisca até me pôs uma coroa e tudo - está tudo explicado, é porque treinei muito (à força!) para acreditar no impossível!
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Termino o ano cansada:
. Cansada de viver no mundo fantástico das maravilhas, das coisas incríveis e impossíveis que podem ter tanto de bom como de horrível, onde posso receber tudo num dia e perder no dia seguinte, sem dó nem piedade.
.Cansada de esperar pelo final feliz que supostamente todas as histórias de amor deviam ter. 
.Cansada de ter esperança que as coisas {as pessoas} sejam como eu desejava {fofinhas e quentinhas}.

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«[A meditação] Com o tempo, traz-nos a pobreza autêntica onde aprendemos simplesmente a ser. Experienciar, de vez em quando, esta linda realidade robustece-nos para suportar os muitos desaires e desilusões, ao longo do caminho. Haverá momentos de derrota. […] Mas, mesmo quando parece que estamos a regredir, o crescimento estará a acontecer, se a fé estiver a operar. Na noite mais escura, ainda brilha uma luz invisível.»
{Laurence Freeman OSB}
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Este ano bebi mais gin tonic do que nos últimos cinco todos juntos!
No Natal recebemos moldes para fazer gin & titonic. Tão ironicamente adequado!


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Nunca me vou esquecer dos sobrinhos a quem fomos entregar um presente de Natal este ano - os manos Borges - umas caras do mais traquinas possível, o Pai preso e a viver numa casa de acolhimento. Tão assumidamente carentes e tão meigos, deram tantos beijinhos e sorrisos, ficaram tão felizes com os jogos, o livro e a carta do Pai. A sorte (estas crianças têm sorte?)  é estarem os três juntos na instituição - ter irmãos é uma das melhores coisas do mundo.

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Este não é um post de boas festas nem de feliz Natal, é só um minúsculo resumo destes dias, destes meses, deste ano incomparavelmente esquizofrénico que está quase no fim (finalmente!).
Na quarta-feira às zero horas vai estar tudo na mesma, mas a essa hora vou estar numa fiesta pija em Madrid acompanhada de bons amigos e a beber gin tonic!

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