12.1.14

Amizade espiritual

"O amor pelos nossos inimigos, que os transforma em amigos, aos nossos olhos, é difícil de alcançar sem termos alguns amigos com quem desfrutamos de igualdade, benevolência e confiança – com quem, simplesmente, gostamos de estar. No grupo de meditação, desenvolve-se uma certa forma de amizade espiritual […] e, com o passar do tempo, meditar com os seus membros revela, não que estamos apaixonados por eles, mas que, com eles, estamos em amor. Não meditamos juntos por sermos amigos, mas tornámo-nos amigos porque meditamos juntos. […] Podemos até nem estar à vista uns dos outros durante longo tempo.

(...)

O “eros” - de uma forma bela - tem a ver com a atracção e com a criação de laços. A amizade ensina-nos o desapego e prepara-nos para a experiência da perda sem a qual as nossas descobertas se tornam possessões sem significado, relacionamentos que murcharam. A descoberta do nível de amizade espiritual desperta o sentido de que, em cada pessoa que encontramos, descobrimo-nos a nós mesmos e que, por seu turno, o “eu” dessas pessoas está em busca de nós. A amizade começa por se expandir da segurança de um pequeno grupo de companheiros, que nos protegem dos estranhos, para passar a ver cada estranho como um vizinho e cada vizinho como um irmão ou uma irmã."

{Laurence Freeman OSB}


Só quem já passou pela experiência de frequentar um grupo de oração (não tem que ser necessariamente de meditação) entende a subtileza e a força da amizade espiritual. Como dizia a C. do grupo de partilha, somos amigos no Senhor. A T. do grupo de meditação referiu a união de um casal que reza em conjunto. Há nove anos atrás comecei a ir ao grupo de partilha e não sabia onde me estava a meter. Agora, gostava de ter uma família onde rezássemos juntos e fossemos amigos (também) assim.

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