4.2.13

d35

"Dói-me a cabeça e o universo" {Fernando Pessoa} é uma das frases que leio sempre que vou à estação de metro do Parque.
Hoje não passei por lá mas amanhã é dia de passar pela estação de metro mais bonita de Lisboa.
A sua beleza não costuma animar-me muito mas contemplo-a sempre, é linda...
"Sentes dor porque ofereces resistência" - ensinou-me a D. no outro dia.
É difícil, no silêncio e na solidão do momento, não oferecer resistência, mas vai ter que ser, vou optar por me olhar de fora, ver-me como se não fosse eu, observar-me como se não sentisse.
Anestesiada pelo Lindt e pela valeriana que cá habitavam, torturada de carregar todo o universo nesta cabeça e com o gelo que se instalou nos ossos desde manhã, lanço-me à leitura do "Inverno do Mundo" {Ken Follet} com a esperança de amanhã ler e guardar outra frase na cabeça, no universo e no coração.

{Porque o universo é demasiado pesado para ser carregado só, desde pequena que escrevo nos tempos mais dolorosos. Deve ser para aliviar a resistência e dissipar a dor, não faço ideia, mas alivia. A PC disse-me que criar beleza quando se está em sofrimento é uma capacidade extraordinária, mas não sei se os poemas que escrevia há quase 20 anos são belos ou não, o seu propósito não era a procura da beleza. Um dia talvez mostre alguns poemas que escrevi, do que me recordo eram tão deprimentes que vão achar que o post mais deprimente deste blog - possivelmente este! - é um hino à alegria. Já muito caminho percorri - percorremos - e garanto, sem exagero, que é uma grande Graça estar viva e sã.}

Published with Blogger-droid v2.0.10

Sem comentários: