3.9.14

Paz

Para acabar com a sillyseason e fazer um pequeno intervalo na baby season, aqui fica um texto do Padre Laurence sobre a Paz.

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« (...) Ninguém pode usar a violência sem mentir. A primeira vítima, sempre que se desencadeia a violência, é a própria verdade. Há sempre negação, distorção e, é claro, a projecção da culpa sobre bodes expiatórios. (...)

Estamos mais próximos de ser verdadeiramente humanos quando empregamos a compaixão, o perdão e a paciência do que quando atacamos o outro com a intenção de lhe causar dano ou de o destruir. Porém, só se tivermos um relacionamento experiencial com essa verdade da nossa própria natureza é que conseguimos evitar a negra tentação de usar a violência e o desejo de mais violência que, inevitavelmente, se segue ao primeiro ataque.

Sem dúvida que, para os políticos cínicos e para os militares no activo, a única alternativa à violência parece abstracta e irrealizável ou até mesmo absurda. Mas não há outra forma de quebrar o ciclo de violência excepto a de confrontarmos os nossos próprios demónios interiores e ilusões e restaurarmos o nosso conhecimento directo da nossa verdadeira natureza.

O coração humano, como afirma o Budismo, é essencialmente bom. O Reino dos Céus está dentro de nós e entre nós, como diz Jesus, e felizes aqueles que lutam pela justiça – mesmo que falhem. E, para Rumi, a pergunta que precede a paz é uma questão de auto-consciência: "Se estou constantemente em guerra contra mim próprio, como é que posso estar em harmonia com os outros?"

A sabedoria da Humanidade funciona numa mente só quando diz que fazemos a paz com os outros ao encontramos a verdade dentro de nós mesmos. Os meditantes de todas as famílias espirituais estão unidos nesta visão. A sua meditação e o seu ensinamento formam um contributo directo para este labor. (...) »

{Laurence Freeman OSB}

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