25.2.13

d56

Os cientistas mais importantes de hoje não são materialistas. Eles observam o universo em termos da sua teia de relações, os espaços entre  coisas que são elas próprias campos energéticos de ligações – e até agora fontes por imaginar de uma nova compreensão do humano,  do cósmico e do divino.
Como a arte, a ciência maior é visionária e utiliza modelos ousados da realidade para explorar quem somos e onde estamos. Tudo o que conhecemos do mundo deste modo é por metáforas. O grande S. Tomás de Aquino disse que só poderemos falar de Deus por analogia. (...) Não nos devemos distrair com a questão de género da metáfora (...).
Para compreendermos o poder revelador e libertador (...) da ciência e da religião e, cada vez mais hoje, da combinação entre as duas, precisamos de espaço mental. Este espaço é o espaço de manobra no qual entendemos as metáforas sem sermos levados a idolatrá-las tomando-as à letra. Para o fundamentalista nada é mais assustador do que este espaço de manobra.
(...) um estado da mente e do coração no qual estamos abertos ao mistério e não agarrados a alguma coisa que possamos dizer que é nossa ou com a qual  possamos ter alguma ligação possessiva ou emocional.

{Laurence Freeman OSB}

*

Há muito que perdi a metáfora e me sinto perdida. Desde que a perdi que continuo incessantemente a procurá-la. Idolatrei-a?...
Quanto mais a procuro, mais longe dela me sinto. "Há coisas que não se procuram, encontram-se."

Agora sei o que fazer, sei como se podem criar condições favoráveis. Só me resta fazê-lo, sempre gratuitamente, porque nada é garantido nesta vida mas isso não é razão para não fazermos as coisas que gostamos.

Talvez por isso ou talvez não, mas hoje voltei às aulas de Tai Chi.

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